sexta-feira, 29 de julho de 2022

Válter Aguiar (1955 - 2022) - um dos primeiros operadores de telefoto do país

Notícia da Lusa:

O antigo operador de telefoto da agência Lusa Válter Aguiar morreu na noite de quarta-feira, em Lisboa, aos 67 anos, disse fonte familiar.

Nascido na freguesia do Candoso, concelho de Vila Flor (Bragança), a 04 de outubro de 1955, Valter Lopes de Aguiar ingressou na Lusa na sua fundação, em 1986, depois de ter iniciado a sua carreira profissional em 1977, na antiga agência ANOP — Agência Noticiosa Portuguesa, e passado pela Notícias de Portugal e a antiga UPI — United Press International.


Licenciado em História, ao longo dos seus 30 anos de trabalho na agência Lusa, exerceu funções de operador de telefoto, de 1990 a 1996, e foi coordenador do Centro de Documentação e Imagem, de 1996 até 2003. Estava reformado desde maio deste ano.

“A incrível memória” de Válter Aguiar, a sua cultura e o conhecimento que sempre manteve sobre os temas da atualidade são destacados pelos seus antigos camaradas de redação, que recordam nele “o bom colega”, com quem sempre podiam contar.

Depoimentos:

A família das Agências ficou mais pobre. Faleceu o meu colega mais antigo, que se iniciou na TELIMPRENSA, no final dos anos 60, de seu nome Valter Lopes Aguiar ( Esq. na foto). Começou como administrativo na fotografia, passou a operador de telefotos, arquivista, etc. Não precisava de computador. Tinha tudo memorizado na cabeça. Qualquer dúvida... pergunta ao Valter que ele sabe. Dominava todos os assuntos nacionais e internacionais. Da Política ao Desporto. Da Geografia à Religião. Acabou por se licenciar em História. Originário de Vila Pouca de Aguiar e passado ao período da reforma dava actualmente aulas na Universidade Sénior em Benfica. As condições físicas foram-se agravando até que teve uma paragem cardíaca, enquanto fazia diálise, esta quarta feira, não tendo sido possível reanimá-lo. Até sempre companheiro.

Manuel Moura

Conheci e convivi com o Valter desde 76, um excelente profissional e um ser humano de excelência!

A última vez que falámos foi no decorrer de uma apresentação de um livro no anfiteatro da Lusa há três anos se não estou em erro!

Que descanse em paz

Jose Eduardo Guerra

Um tipo extraordinário, com quem se aprendia sempre alguma coisa

Manuel Falcão

Foi uma pessoa marcante na Lusa. Chamava-lhe Database. Era mais rápido que qualquer pesquisa em computador. Reconhecia nas fotos quase todas as pessoas. Era um bem valioso. Foi deitado fora. Isso mandou-o abaixo. Qye descanse em paz

Manuel Almeida

Que pena, grande Valter!!!!! Uma máquina a lembrar-se de pessoas, situações, acontecimentos , etc, tudo na ponta da língua e dos dedos para encontrar os negativos!!! Paz à sua alma!

João Pinheiro de Almeida

segunda-feira, 30 de maio de 2022

Bernardo Oliveira (1950 - 2022)


Bernardo Oliveira, jornalista da agência Lusa durante 38 anos, morreu no domingo à noite, aos 72 anos, no Hospital Garcia de Orta, em Almada, disse hoje à Lusa uma fonte familiar.

Natural de Ponta Delgada, nos Açores, Bernardo Oliveira ingressou como jornalista estagiário na Agência Noticiosa Portuguesa (ANOP) em 01 de junho de 1978, sendo depois jornalista da agência de notícias Lusa, após a fusão da ANOP e a da NP – Notícias de Portugal.

Ainda na ANOP, foi responsável pela delegação da agência Lusa nos Açores e, entre 1987 e 1989, esteve requisitado na RDP/Açores.

Durante o seu percurso no jornalismo de agência, Bernardo Oliveira exerceu, na sede da Agência de Notícias Lusa, o cargo de editor-adjunto da Editoria Comunidades, foi editor da Multimédia, coordenador das editorias Nacional e Desporto, passando ainda por outras editorias.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Recordando João Carreira Bom (1945 - 2002) nos 20 anos da sua morte


 Já não me recordo bem da hora, bem matinal,  em que recebi o telefonema do Emídio Fernando, estava ele de serviço na TSF, com a pior notícia que eu podia receber. Se eu já tinha a informação do falecimento de João Carreira Bom. Faz hoje precisamente 20 anos – cinco depois da criação do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, só possível graças a ele.

O João, com quem eu fizera equipa na editoria Nacional do “Expresso”,  ficando para sempre como um dos meus amigos de vida, deixara o jornalismo por volta de 1989/1990. Passando para o “outro lado”, como se diz na gíria sobre as agências de comunicação e imagem, numa empresa formada de raiz por ele.

Não obstante a sua larguíssima e qualificada experiência no jornalismo diário – desde” O Século” à ANOP –, Vicente Jorge Silva cometeu o erro (e a injustiça) de não o envolver no grupo de jornalistas do “Expresso” que integraram a fundação do “Público”. Recusando manter-se no “Expresso” sob a Direção de José António Saraiva, o João, que tanto amava o jornalismo (e quanto o jornalismo tinha a beneficiar com ele no exercício ativo do jornalismo!), sem outra alternativa, mudou então de atividade profissional. Bem lhe custou essa decisão, na sua “alma” de jornalista! 

Um “salto”, é verdade, que lhe deu desafogo financeiro q.b., até para garantir a viabilização de um serviço gratuito e de acesso universal em prol do idioma oficial dos oito países lusófonos. Mas, também, e acima de tudo, conferindo-lhe absoluta credibilidade num setor não propriamente benfazejo... senão para os que pagam para terem boa imagem nos jornais.

Nestes tempos conspurcados pelo que é “plantado” no que passa nos “media”, mais as “fake news” e demais desinformação à solta, vale a pena recordar dois episódios de João Carreira Bom que ficam para a história do (bom) jornalismo português.

O primeiro foi contado numa recente e deliciosa crónica de Victor Bandarra. 

«Numa campanha dos anos 80, o jornalista João Carreira Bom levanta o braço para fazer uma pergunta numa conferência de Imprensa de um ministro. O governante, que havia botado palavrório durante meia-hora, faz um reparo. "Reparei que não tirou um único apontamento do que eu estive a falar!" Comentário histórico de João Carreira Bom. "E o senhor já disse alguma coisa?”»

O segundo episódio ocorreu estava ele de serviço na então ANOP, quando lhe chegaram rumores sobre a queda de um avião no aeroporto de Lisboa. «Ao que parece» – era assim que a informação lhe chegou –, levava a bordo o então primeiro-ministro, Francisco Sá Carneiro. O «ao que parece», como mandam as boas regras do jornalismo, levou o João a não colocar em linha a informação sem a sua confirmação oficial, com um telefonema prévio para a torre de controlo do aeroporto.  Foi o tempo demorado para ele e a ANOP terem perdido o que seria uma “caixa” mundial – dada por uma agência estrangeira, em Lisboa, que, mandando às urtigas os preceitos neste tipo de informação, disparou logo o que era, ainda, um mero rumor.

Hoje, quando tudo se notícia, seja verdade ou mentira, sem, sequer o indispensável contraditório quando esteja em causa o bom nome de terceiros, que saudades do jornalismo “à” João Carreira Bom!

José Mário Costa, actual responsável pelo Ciberdúvidas, na sua página de Facebook

terça-feira, 18 de janeiro de 2022

João Quintas (1930 - 2022)

Foi, durante décadas, quadro das agências noticiosas portuguesas, na áerea da Agenda. Talvez o que mais tempo esteve nessas funções neste sector da Comunicação Social. Faleceu há quatro dias. Faria hoje 92 anos. Uma figura incontornável, que conviveu com várias gerações de jornalistas, que o recordam como "um senhor". Sempre afável, sempre jovial, sempre prestável. E com um sorriso matreiro, que nunca colocava a descoberto o que estava verdadeiramente a pensar num determinado momento.



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