terça-feira, 21 de julho de 2015

Luís Vitta (1945 - 2015)


Luiz António Iglesias Vitta (06/11/1945 - 21/07/2015)


Luís Vitta, à direita, num almoço, nos tempos da ANOP, com Luís Vasconcelos, Alfredo Cunha e Adelino Namorado dos Vultos (já falecido)

Luís Vitta, jornalista da Lusa durante 16 anos, morreu hoje de madrugada, aos 69 anos, no Hospital de Cascais, disse à Lusa uma fonte familiar. Natural de Jaboticabal, São Paulo, Brasil, Luís Vitta era licenciado em Direito, fugiu à ditadura brasileira e chegou a Portugal em 1974, a seguir ao 25 de abril, e entrou para a então ANI (Agência Nacional de Informação), em novembro desse ano. Após a revolução, a ANI deu origem à ANOP (Agência Noticiosa Portuguesa), onde trabalhou até novembro de 1982, ingressando nesse ano na Notícias de Portugal (NP), sendo depois jornalista fundador da Lusa, em 1987, após a fusão da ANOP com a NP.

Depoimentos:

Fernando Correia de Oliveira: O Luís Vitta foi, para os que da minha geração estavam na Agência, o primeiro contacto directo com o humor brasileiro e o tratamento tão especial que é dado ao Português do outro lado do oceano. Do alto da sua cabeleira, corpo magro e desengonçado, vestuário sempre de ganga, t-shirt, ia-nos brindando com frases como "por cima de mim só avião da Varig". Dava-nos conta do que tinha acontecido no funeral de um amigo, com o filho desesperado, a gritar: "Quem beijou, beijou! Quem não beijou, caixão fechou!!". Além da sua carreira em agências, teve vasta colaboração em títulos ligados à música, como o Blitz. Fez o programa Meia de Rock, na Renascença, com o Rui Pego. Esteve na génese da carreira dos GNR ou ajudou a singrar o barbeiro onde ia às vezes... o António Variações. Mas, disso, saberá melhor o Luís Pinheiro de Almeida, ou o Manuel Falcão, que o acompanharam em algumas dessas digressões rockistas.

Carlos Almeida: Vitta para mim: "OH Jacaré, passa na rádio, vai à receção e levanta dois bilhetes para o concerto que estão lá para mim?" Digo-lhe: então, vamos as duas? Vitta: "Não, desgraçado, levo a minha namorada. Depois posso é cantar um pouco para você ficar com uma ideia como correu...".

Manuel Falcão: Quem trabalhou com ele nunca o esquecerá - e sempre por boas razões. Era um amigo e um grande profissional e o Blitz deve lhe muito.

Margarida De Mello Moser: Lembro-me sempre do Luis Vitta com ternura e um sorriso quando recordo as partidas que fazia à Teresa [telefonista]: "ligue me a Madre Teresa de Calcutá " e horas depois: " Sr. Vitta não consigo encontrar o telefone em lado nenhum ..." . Também me lembro duma espantosa feijoada que ele cozinhou para nós na " tremeliques".

Em baixo, Luís Vitta, à direita, na redacção da NP - Notícias de Portugal, com Fernanda Ribeiro, Fernando Correia de Oliveira, Luís Pinheiro de Almeida e Armando Sereno (já falecido)

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